Como fazer uma boa adaptação no 
berçário



Crianças inseguras, pais angustiados e sofrimento diante da separação iminente. Esse não precisa ser o retrato do início dos pequenos na creche. É possível diminuir o desconforto e proporcionar uma adaptação tranquila e saudável para os bebês e sua família. A fase de acolhimento na Educação Infantil é diferente para cada faixa etária e requer atenção redobrada com bebês de até 2 anos. Afinal, quase tudo é novidade para eles: a convivência com outras crianças e adultos (além do círculo mais próximo), as brincadeiras com a areia...

O primeiro passo é conhecer bem a criançada. Entender seus costumes e medos ajuda a elaborar o planejamento. "Quando percebem que o educador sabe coisas que as fazem se sentir bem, elas ficam mais calmas", diz Rosa Virgínia Pantoni, mestre em Psicologia e coordenadora de assistência social da Creche Carochinha, ligada à Universidade de São Paulo (USP).

Antes de receber a turma, é fundamental ler com atenção todas as informações contidas na ficha de anamnese (com histórico de saúde). Também é desejável fazer uma entrevista detalhada com a família. Durante o bate-papo, os pais podem esclarecer dúvidas e ajudar você e seus colegas a entender os hábitos da criança. "É um momento de ajuste de expectativas. É essencial escutar o que os familiares esperam e explicar os objetivos da instituição", diz Ana Charnizon, educadora da UMEI Aarão Reis, em Belo Horizonte. Mostrar interesse pela criança é uma forma de tranquilizar os pais. Vale perguntar como é a rotina em casa, do que a criança gosta de brincar e de comer e se possui objetos de apego. A entrevista pode ser finalizada com uma visita pelos ambientes.

Bebês de até 10 meses estranham a escola, o modo como são colocados para dormir e a comida oferecida. É necessário prestar atenção nos aspectos sensoriais: deixar objetos pessoais, como mantinhas, chupeta e fronhas, junto ao berço ajuda na adaptação. A ausência dos pais não incomoda, mas a textura diferente do lençol do berço, a forma como são colocados para dormir, a temperatura da água do banho, sim.

Depois de completar 1 ano, a adaptação muda um pouco. O foco principal agora é fazer com que o bebê se acostume à ausência dos responsáveis. Por isso, é necessário alternar momentos em que os familiares estejam próximos e distantes da criança. Nessa idade, ela já começa a estranhar quem não conhece e estabelece vínculos com alguns adultos. Faz parte do processo, então, manter os rostos conhecidos ao alcance da visão do pequeno. A separação é feita aos poucos, intercalando momentos de aproximação e de ausência, até que o bebê se acostume à rotina na creche.

Outra estratégia para assegurar a tranquilidade é fazer um espaço para cada criança (leia a sequência didática). Assim, ela entende que há um lugar coletivo, mas que também existe um cantinho só dela, com seus objetos de apego ou brinquedos. Isso faz com que se estabeleçam vínculos com o local. Também é importante definir uma rotina, com horários e regras, para que os pequenos se sintam amparados.

O choro nos momentos iniciais da separação é normal e deve passar logo, à medida que a criança percebe que é acolhida e compreendida. Caso o berreiro persista, isso pode ser sinal de insegurança. Outras manifestações de desconforto são o sono constante, a apatia e a recusa em comer. Reuniões e estudos periódicos permitem aprofundar o conhecimento a respeito do universo infantil e agir nesses casos. "A insegurança dos responsáveis influencia ansiedade dos pequenos. Por isso, os profissionais precisam estar preparados", explica Ana.

Cabe ao educador acolher os bebês, reconhecer seus sentimentos e fortalecê-los emocionalmente. "As ações devem estar voltadas para a apresentação do novo ambiente de uma forma delicada", explica Clélia Cortez, formadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo. "O que está em jogo é o compromisso em transformar os sentimentos de angústia presentes neste momento em segurança e afeto", completa.


fonte: site Nova Escola

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Quando o sono não vem









Socorro, eu preciso dormir! O que fazer quando o sono da criança não vem? Quem já passou por essa situação sabe o quanto é estressante para a família. Como tranquilizar os pequenos e garantir algumas horas de descanso?
Os recém-nascidos dormem em média 16 horas por dia, sem diferenciação entre dia e noite. Esse ciclo é interrompido a cada três ou quatro horas para higiene, amamentação e necessidade de contato físico. Por volta do terceiro mês, o bebê começa a diferenciar o dia e a noite, sendo importante para os pais adequarem uma rotina desde então.
Geralmente o comportamento noturno da criança tem influência direta no seu comportamento e dos pais durante o dia. São poucas aquelas que possuem problemas orgânicos que as impedem de dormir. Cada criança possui o seu padrão de sono, mas nós podemos ajudar nessa organização.
Estabelecer a rotina do sono é uma das tarefas mais desafiadoras para os pais. Confira algumas dicas preciosas para a criança dormir bem:
  • Manter uma rotina fixa - a repetição é tranquilizadora para o pequeno. O ideal é que esse momento siga um ritual (jantar, banho, desligar a TV, apagar as luzes, entre outros) que deve ser repetido sempre da mesma forma e no mesmo horário. A rotina também ajuda você a entender melhor em qual horário o pequeno está mais cansado, com fome, entre outros;
  • Sono do dia e da noite - o sono durante o dia deve ser à meia-luz, com a porta semi-aberta e com o barulho natural da casa. É importante que os pequenos durmam durante o dia para reabastecer a energia. Já o sono da noite deve ser tranquilo, livre de ruídos e luminosidade;
  • Amamentação noturna - quem ainda amamenta, deve fazer isso no escuro, para estimular o bebê;
  • Primeiro sinal de cansaço- muitas vezes os pais esperam tempo demais para colocar o pequeno para dormir. Adiando o sono, a criança ficará mais cansada e terá mais dificuldade para adormecer;
  • Shantala - a massagem ajuda a criança a relaxar o corpo e a liberar melatonina, levando a uma melhor qualidade do sono;
  • Banhos de imersão - depois da Shantala ou antes de dormir, o banho é indicado por promover relaxamento corporal;
  • Bichinhos- a partir dos cinco meses o bebê poderá ter um objeto de transição, um bichinho, por exemplo (lavável e sem pêlos). Esse objeto será significativo e representará segurança de que ele não está sozinho;
  • Canção de ninar -a associação da música suave ao sono também é recomendada. O ideal é que seja sempre a mesma música (pode ser cantada pelos pais ou utilizado um cd).

Autor: Denise Gurgel - Fisioterapeuta materno-infantil e professora de shantala







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